Branding é um dos principais conceitos que você pode aplicar em seus negócios.
É fato que branding aumenta a lucratividade de empresas e influencia consideravelmente nas estratégias de precificação de produtos e serviços. Frequentemente a marca é a diferença entre um produto custar R$ 300 e outro, muito parecido, custar R$ 50.
Marcas despertam desejos e aspirações nas pessoas, ajudam a atribuir significado a objetos, experiências, atividades e até criam culturas, permitindo ao público a sensação de pertencimento a um grupo.
Mas, às vezes, começar a aplicar uma estratégia de branding, de gestão de marca, pode ser um pouco difícil. Existem inúmeras estratégias, muitos pontos de contato. A tarefa pode parecer muito grande, muito complexa.
Por isso, decidi listar 4 ações de branding que você pode implementar agora, para fortalecer sua marca e construir uma base de comunicação e experiência de marca que permitirão a seus negócios proporcionarem uma experiência melhor para seus clientes, fidelizando-os mais e, logo, aumentando o potencial de lucratividade.
Vamos lá!
Histórias são uma das mais poderosas ferramentas de branding e marketing hoje em dia. Elas permitem que você atribua significado à sua marca, confira propósito a ela, a você à sua jornada e compartilhe sua visão de mundo com as pessoas. Isso acaba aumentando as chances de que pessoas identifiquem-se com sua marca.
Pode ser que elas foram cativadas pela história que você conta. Pode ser que passaram por experiências parecidas. pode até ser que impressionaram-se com sua trajetória e aspiram ser como você.
O fato é que contar histórias pode ajudar sua marca a se projetar e a cativar pessoas.
Então tenha uma história. Certamente seu negócio passou por toda uma jornada, desde a concepção da primeira ideia para a empresa até os desafios em começar as operações, a colocar um produto ou serviço no mercado. O importante é encontrar essa história e contá-la do jeito mais cativante possível.
Tipicamente, histórias são divididas em momentos (ou capítulos). Há o começo: uma descoberta, um chamado, algo que faz com que o protagonista tenha que sair de uma zona de conforto. Depois, há um período de aprendizado, de busca por conhecimento, por recursos para implementar a solução. Após isso, sempre há um momento de quebra, que normalmente é um grande desafio, uma perda, que levará a uma recuperação, uma ascensão.
Histórias podem ser contadas em vários meios: imagens, textos, vídeos, entre outros. O importante é construir uma história cativante e contá-la de maneira genuína. Utilize os meios de que você dispõe – e-mail, redes sociais, mídias diversas – para levar sua história ao público. E importante: não crie uma ficção. As pessoas percebem quando uma história foi inventada. Encontre sua história e apresente-a da melhor maneira possível.
O que fazer agora: tente organizar a história de como sua empresa chegou até aqui. Divida em capítulos: a origem, o desafio e a ascensão. Escreva (pelo menos) três parágrafos, como se você estivesse contando essa história a alguém. Avalie de quais formas seu público pode vir a se identificar com essa história. Ajuste os capítulos até que a história seja convincente e cativante para seu público. Escolha um meio para contar. Pode ser através de seu site, de perfis em mídias sociais, e-mail, etc.
Você já deve ter lido em algum lugar (provavelmente em uma oferta de outdoor) que “quem não é visto,não é lembrado”. Embora essa frase seja um grande clichê, ela tem um fundo de verdade.
Você precisa estar em contato constante com seu público. Só assim eles lembrarão de seu nome, sua marca. Lembrarão de você. Estar presente significa ter pontos de contato pertinentes. Pontos de contato são, basicamente, aqueles pontos em que sua marca e seu público encontram-se. Um cartão de visitas é um ponto de contato. Atender o telefone também é, assim como um anúncio em um outdoor ou uma página em uma rede social.
Pontos de Contato Pertinentes são aqueles que realmente são relevantes para seu público. Digamos que você é um skatista profissional. Por mais que uma papel timbrado seja um ponto de contato válido, ele não é pertinente, pois você não estará emitindo documentos impressos em papel timbrado para seus fãs. Se você é um contador, ter sua marca em um boné pode não ser tão pertinente, pois a maioria de seus potenciais clientes dificilmente terá contato com sua marca através de um boné.
Se você possui uma estrutura de pontos de contato pouco definida, pense em quais são os mais relevantes para seu público. Em quais deles a experiência de marca é mais válida, mais significativa? Quais deles serão mais expostos a seu público?
O que fazer agora: faça uma lista dos nove principais pontos de contato entre seu público e sua marca. Acrescente um ponto de contato relevante, mas inusitado. Pense em como seria a experiência ideal de contato entre a pessoa e sua marca nestes casos. Implemente dois pontos de contato por semana.
Já falamos da importância da cultura de marca antes.
Basicamente, toda marca deve ser um conjunto de crenças, valores, atitudes, que sejam disseminados e/ou compartilhados com um grupo específico de pessoas que, por sua vez, agem e até pensam de modo parecido. Assim, forma-se uma cultura de marca. O exemplo é batido aqui no blog, mas pense em proprietários de motos da Harley Davidson. A imagem deve ser bem clara.
Se sua marca já tem bastante alcance, talvez já exista uma cultura de marca, que pode ter sido, inclusive, estabelecida pelo seu público. É um caminho relativamente comum: a marca coloca produtos no mercado, que são adotados por um público específico que até subverte alguns significados. Um exemplo disto foi a Adidas, marca de vestuário e equipamentos esportivos que foi adotada pelo movimento hip-hop nos Estados Unidos nos anos 80.
Na maioria dos casos, porém, a cultura de marca deve surgir de dentro para fora. As crenças, valores e atitudes da sua marca em relação ao mercado, ao mundo, devem ser plenamente conhecidas por todos na empresa, na organização. Assim, é muito importante que você dissemine essa cultura entre sua equipe, de modo que todos estejam alinhados com isso tudo e que assim possam transmitir esses valores, essa identidade para o público externo à empresa.
Mais do que algo artificial, construído à imposição, uma cultura de marca deve refletir realmente a visão de mundo da empresa e de seus colaboradores. Por isso é muito importante que a culturalização de sua marca tenha a participação da sua equipe ou mesmo daquelas pessoas que mais trabalham com você.
As bases da cultura de marca devem ser reais. Do contrário, o público perceberá que você está mentindo.
O que fazer agora: liste quais são as crenças básicas a respeito de seu negócio e sua marca. De preferência, monte uma equipe para discutir isso. Em que acreditamos, em relação a nosso negócio? O que entregamos, além de nosso produto? Como podemos ajudar a mudar nossa cidade, nosso país, o mundo? Registre as respostas e traduza tudo em uma frase. Organize um plano para que todos na empresa conheçam esses conceitos.
Enviar uma mensagem que seja devidamente compreendida pelo público é essencial para o sucesso de uma marca. Por isso, é importante que exista consistência entre os diversos pontos de contato da sua marca. E uma das principais maneiras de garantir essa consistência é dispondo de pessoas que possam atuar como moderadores das aplicações e da presença da marca.
É normal que sua marca apareça em vários lugares, desde anúncios até rodapés de e-mail. Aí entra a importância dos guardiões da marca: eles são um grupo de pessoas criteriosamente selecionadas para supervisionar a marca, garantindo que exista coerência, consistência entre todos os pontos de contato da marca ou, pelo menos, daqueles mais relevantes.
Guardiões da marca devem preencher dois requisitos básicos:
Eles devem conhecer a marca. É importante que eles saibam muito bem do que a sua marca se trata. Qual é o propósito dela? Qual é a visão de mundo? Se a marca fosse uma pessoa, como ela seria? Como é a identidade visual da marca? Conhecendo muito bem a marca, eles saberão quais são os limites da identidade da empresa, o que pode e o que não pode ser feito.
Eles devem também refletir a marca. Pense em um padre que não mostre muita empolgação com a ideia da existência de um Deus. Ele certamente não seria um bom evangelizador. Não convenceria as pessoas. Os guardiões da sua marca devem acreditar plenamente naquilo a que a empresa se propõe. O propósito de marca, a missão, a visão da empresa não devem ser apenas um conjunto de palavras. Devem ser mandamentos. A importância de os guardiões da marca refletirem a identidade dela é pelo fator de convencimento. Assim como o padre evangeliza os fiéis, os guardiões da marca espalharão a cultura da sua marca entre toda a equipe que, por sua vez, transparecerá a marca para o público.
O que fazer agora: escolha três pessoas para serem os guardiões da sua marca (podem as pessoas que participaram da culturalização da marca). Garanta que eles conhecem muito bem a marca. Comunique a equipe que, a partir de agora, essas pessoas serão responsáveis por aprovar tudo o que é relacionado a marca.
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Essas foram nossas 4 ações de branding facilmente implementáveis. Comece a colocá-las em ação e os resultados virão gradualmente. Há uma garantia nesse processo: se você não fizer nada, não terá resultados. Se fizer, pode ser que sua empresa mude para o melhor ao longo dos próximos meses. Lembre-se branding não é uma corrida de 100m rasos. É uma maratona.